Este acto celebrarse na sala de exposicións de Novagalicia Banco da Estrada o vindeiro venres 24 de xaneiro ás 20:30, coa intervención do historiador Dionisio Pereira. Portugués, veciño da Estrada fusilado no 1936
Referencia da obra:
Emigrados, exilados e perseguidos. A comunidade portuguesa na Galiza (1890-1940) é o título da última publicação da Através Editora, carimbo editorial da AGAL, um trabalho de história transnacional que visa aprofundar na recuperação da memória coletiva entre ambos países. Dionísio Pereira, historiador e economista, é o autor deste ensaio que mostra os efeitos da perseguição política perpetrada pelos franquistas, depois do golpe do 36, contra cidadãos de origem portuguesa residentes ou exilados na Galiza.
Uma pesquisa histórica centrada nas décadas anteriores a julho de 1936 que identifica o coletivo português como uma coletividade integrada secularmente na sociedade galega. A descoberta da sua importância naquele contexto repressivo permitem uma nova abordagem da sua presença como corrente migratória, do seu grau de integração laboral e social e também avançar na caracterização das perseguições perpetradas pelos golpistas. O autor procura, desde finais do século XIX, como é a sua incorporação ao mercado de trabalho e como se produz a progressiva integração de multidão de trabalhadores de além Minho nas organizações operárias galaicas, mesmo a nível de dirigentes, como prólogo das perseguições de que foram alvo após o golpe militar de 1936.
A conivência do regime de Oliveira Salazar com o golpe contra a República espanhola é bem historiada: desde a participação da coluna de voluntários dos “Viriatos” à expulsão de fugidos e extradição de perseguidos a território rebelde. Porém, a presença portuguesa do ponto de vista das vítimas está pouco documentada e analisada. Trata-se de um assunto muito significativo, quase desconhecido como fenómeno coletivo, que permite nesta altura formular várias perguntas: a perseguição sofreram-na enquanto portugueses ou enquanto cidadãos ou habitantes do território espanhol? Por que foi obscurecida na memória e na história? A invisibilidade deste coletivo reflete a integração ou a ocultação deliberada?
Dionísio Pereira (Corunha, 1953) é licenciado em Ciências Económicas pela Universidade de Santiago de Compostela (USC). Investigador especializado na história dos movimentos sociais na Galiza contemporânea; entre 2006 e 2013 participou no projeto de pesquisa interuniversitária “Nomes e Voces”, encabeçado pela USC. Nos últimos tempos também trabalhou no campo da história e da cultura marítima da Galiza.
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Entre outros livros, tem publicado: A CNT en Galicia (1922-1936), 1994; Sindicalistas e rebeldes, 1998; Imaxes da fatiga: Crónica gráfica do traballo na Galiza, 1999; O patrimonio marítimo de Galicia, 2000 (1ª Ed.), 2003 (2ª Ed.); Foulas e ronseis (Retrincos para un tratado do mar dos galegos), 2005; Loita de clases e represión franquista no mar (1864-1939), 2011; e José Pasín Romero: Memoria do proletariado militante de Compostela, 2012. Com Eliseo Fernández é autor de O Anarquismo na Galiza. Apuntes para unha enciclopedia (1870-1970), 2004; e O Movemento libertario en Galiza (1936-1976), 2006.