"Seique", uma reflexão sobre a [des]memória e as maneiras de construir a História.
seique não pretende ficcionar uma história, tomando como base uns factos conhecidos de todas, mas todo o contrário,seique parte de uns factos desconhecidos, seique por particulares, ou por insignificantes, seique: a história de um fascista tão sem importância que nem sequer aparece nos arquivos, mas que sim existiu, deixando, seique, marcas que as suas vítimas não esquecem [ou sim].
seique nasce de depoimentos orais, em parte fabulados polas suas próprias emissoras, pois seique o protagonista está desaparecido das fontes documentais. porém, se essas pessoas que viveram e falaram estão já mortas… que contamos, ló? como? que há de certo no que contam umas e outros? e se ademais quem narra faz parte da família? seique.
susana sánchez arins nasceu no ano 74 e criou-se no fojo, estrada, lugar que não era nem dos sánchez nem das arines, polo que pôde fazê-lo próprio. é mulher, de aldeia e galega, e essas três identidades marcam a sua personalidade com força. educada e formada num sistema educativo público, trabalha agora para mantê-lo em pé. leva três poemários publicados, lê quanto cai nas suas mãos, e tem a utópica seguridade de que o mundo é melhorável, mesmo através da literatura.